Ressignificação é o método utilizado em neurolinguística para fazer com que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo.
Fonte: Wikipedia
Muitas vezes não gostamos de fazer atividades simplesmente por não conhecermos, as vezes dizemos "não gosto" sem experimentar ou saber do que se trata. Quando era criança minha avó dizia: coma isso é bom, eu dizia: não gosto, ela falava: ja provou?, eu: não. E minha avó com toda paciência: se não provou, não sabe o gosto, portanto não pode opinar se gosta ou não, então prove pra saber, e muitas vezes acabei gostando do que provei.
Conto essa história para falar de ressignificação. Por vezes deixamos de ter prazer em desempenhar atividades que são boas e necessárias simplesmente porque introjetamos que não e bom fazer, não nos dá satisfação ao fazer.
Tenho comigo uma experiência a qual partilho com vocês. Nunca gostei de varrer casa, por mais necessário que fosse, ficava com dor nas costas, as mãos doendo e prazer nenhum nessa atividade. Um dia li uma frase que mudou tudo: "meditar e varrer o templo". Já praticava meditação, considero essa atividade prazerosa, e o templo a que se refere a frase é nosso corpo, pois através do silêncio da mente varremos nosso templo, limpando e varrendo os pensamentos negativos e eliminamos nossas ansiedades e medos. Porém resolvi colocar o ato de varrer o templo na prática, considerando o templo minha casa peguei a vassoura entoando mantras e fazendo uma limpeza energética junto da limpeza física comecei a gostar do ato de varrer a casa. Hoje o faço com alegria e prazer. Mudei a forma de encarar a atividade, não sinto mais dores nas costas e nas mãos. Ressignificação.
Vamos procurar levar isso para todas as coisas que fazemos sem prazer, com má vontade. Encontre uma forma prazerosa de viver e realizar as atividades que precisa fazer.
Medite, pratique yoga, mude seus horizontes, mesmo que não veja o horizonte não quer dizer que não esteja lá.
Ressignifique.
Guna Yoga
A qualidade de vida que todos buscamos.
quarta-feira, 30 de maio de 2018
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Benefícios do yoga na superação e tratamento do câncer
Palestra preparada para o XVII Seminario de Yoga da Paraíba, um encontro de muita harmonia, integração e cooperação. Gratidão.
Somos inteiros, não
peças avulsas
Somos corpo, mente e espirito. Unos com o divino, poeira
cósmica e parte deste universo, somos células agrupadas que formam um sistema,
sistema que funciona interligado, porém uno, único. E nem adianta querer fazer
cópia, só clonagem não basta, algo será diferente, uma única célula transmutada
criará outra, mas não você.
Desde épocas passadas o homem tenta se explicar e se
conhecer. A cada dia surgem novas pesquisas, novos conceitos para tentar
explicar o ser humano, sua mente e sua criação. Não pretendo me aprofundar
muito pois questões filosóficas e religiosas, exigem muito tempo para debates e
conceitos, cada um neste lugar tem algo a modificar ou sugerir.
Somos livres para escolher, para dirigir nossa vida ou para
mudar os rumos. Sim, mas nem sempre podemos modificar algo que já está
predestinado, na minha visão, quando aceitamos vir a este mundo temos uma
missão, um aprendizado pelo qual fazemos as escolhas antes e aqui passamos por
elas, sejam boas ou ruins. Isso também é duvidoso porque quem define o que é
bom ou ruim somos nós.
Não vemos com bons olhos ficarmos doentes, sofrer acidente,
perder pessoas queridas, no entanto a vida é perene e somos feitos de matéria
orgânica perecível. Sofrer não é bom, dores, incapacidade, insanidade, podemos
relatar muitas coisas que não queremos para nós nem para os que amamos, mas que
são inevitáveis. As vezes acontecem sem que queiramos e achamos isso ruim,
nunca achamos que merecemos passar por experiências dolorosas. Porém podemos
escolher o que queremos e não queremos passar, escolha? Escolher sempre o
melhor é o que queremos. Como pude escolher isso para minha vida? Como pude
escolher a dor, o sofrimento, a doença, a pobreza?
Aprendizado. Quando temos que aprender algo pode ser com
alegria ou com dor, isso não é definido aqui neste mundo, nosso ser sabe o
porquê, quem não sabe é o ego, o consciente.
As vezes o sofrer tem um motivo, o único que vejo é crescimento, superação
e aprendizado. Angústia, medo, depressão, perda do rumo, dos parâmetros, de nos
sentimos sem chão. É preciso encontrar o seu eu, saber-se capaz, redescobrir
nosso objetivo ou mesmo mudá-lo para seguir. Seguir de forma a vermos o quanto
somos capazes de nos adaptar, de transmutar e que mesmo no sofrimento podemos
encontrar alento para evoluir. A culpa e o pecado nos levam a sofrer, não
aceitamos que somos ruins, queremos ser bons sempre. Como, se o humano racional
é imperfeito e trazemos conosco falhas de caráter, perversidades e sentimentos
controversos de outras eras, mesmo que não acredite em reencarnação sabemos ser
uma evolução da espécie que mais mata sua própria raça. Acredita não ter nem um
resquício em seu dna? Nenhum carma a pagar? Somos o que somos, difícil de nos
aceitarmos, difícil acreditar que o ruim pode nos melhorar.
Acredito em carma, e que este não é só ruim, carma é algo que
temos de aprender. Nós estamos aqui aprendendo, se o que passamos é bom, ótimo,
se é ruim, vamos aprender mais rápido para passar logo e ao passar por algo
ruim temos que encarar da melhor maneira possível, evitando o sofrimento,
porque se este se instalar é difícil mandar embora.
Não somos a doença,
esta se instala devido a outros fatores
Eu já sabia que teria uma doença cármica, não sabia qual
seria.
Logo que se recebe a notícia de ser portador de uma doença
invasiva e com um índice de mortalidade alta, nosso cérebro demora alguns
segundos para assimilar e, como uma fração de segundos antes da morte, surgem
diversas lembranças no campo mental, até que respirando profundamente você
pergunte à médica: então o que temos que fazer?
Foi assim que soube que teria que passar por cirurgia,
retirar os dois seios, fazer quimioterapia e radioterapia. Tomar a decisão de
seguir no tratamento indicado para quem não gosta nem de aspirina foi uma
decisão difícil, na pressão de seguir o que parece mais lógico entrei de cabeça
na sugestão da mastologista.
Eu não sou só mente, ou só corpo, nem só espirito, sou um e
fui reunindo os pedaços. Todo meu ser teria de ser trabalhado e meu corpo
mexido e muito. Claro que isso afeta a mente. Penso que o medo de morrer é
pequeno perto da dor e do sofrimento que podemos passar com nosso corpo.
O que fiz para merecer isso? Nada, não é questão de ter feito
algo ou não, a questão é: o que preciso aprender com isso? Como posso me
melhorar e ajudar os outros?
Anos de prática de yoga, meditação, tudo isso me vale de que?
Sempre achei que vim ao mundo para ser feliz, é tudo que desejo. Então o serei,
com ou sem câncer ou qualquer outra doença. Assim segui em frente.
Não sou a doença, a doença se instalou por diversos fatores,
do mesmo jeito que veio irá e se não for é porque estava em meu destino perecer
dela, como muitos outros. Podemos escolher sempre, e eu escolhi passar da
melhor forma possível. Poderia ter escolhido outra, mas isso não estaria de
acordo com tudo que aprendi nesses anos. Yamas (controle) e nyamas (observância)
são fundamentais. Atitude e observação. E assim é.
O conjunto e a harmonia
que o yoga propicia
Não parar a pratica de yoga foi fundamental. Lentamente fui
moldando meu aprendizado e experiência com a necessidade de ficar em repouso e
de trabalhar o corpo que permanecia muitas horas deitado e facilmente se
cansava. Persistência e paciência, utilizei todo meu conhecimento de yoga para
trabalhar o pós-cirúrgico. O corpo tem suas razões.
A primeira necessidade que senti foi esticar os braços, todo
peito estava amarrado e cheio de pontos, lenta e gradualmente fui tentando
erguer os braços, atividade simples que se tornou difícil, persistência, todo
dia erguia um pouco, como quando treinamos uma postura até que consigamos
permanecer e ficar à vontade nela; diariamente, meses se passaram, até que os
braços se esticaram, a elasticidade foi voltando e a limitação desaparecendo
(nunca some por inteiro). Os braços não podem mais suportar grandes pesos,
recomendável até 3 kg em cada braço, eles incham e ficam pesados por qualquer
coisa, andar muito com eles para baixo, torcer roupa, carregar crianças, entre
outros; deve-se ter muito cuidado com isso, pode sim fazer algum exercício de
apoio, porém sempre com atenção e cuidado. O inchaço pode não ceder mais,
normal é o inchaço desaparecer em algumas horas ou minutos. Percebi que erguer
os braços, alterando a circulação reduz rapidamente o inchaço, por isso as
vezes caminho com os braços para cima.
Após uma cirurgia a pessoa precisa ter cuidados com as limitações
físicas, nem todos conhecem seu corpo, ou prestam atenção a ele. Também não
fazer nada deixa atrofiado e a indicação dos médicos é para fisioterapia.
Porque não yoga?
Os exercícios na cama são recomendados devido ao tempo que se
passa deitado, alongar as costas, pernas e tronco, além dos braços. O
professor/instrutor de yoga deve ser muito consciencioso, pois a leveza nos
asanas deve ser redobrada. E quem está praticando deve estar ciente de que as
limitações são grandes, por isso requer esforço e determinação porque, se a
pratica exige disciplina e vontade de qualquer um, de alguém que passou por
cirurgia ou quimioterapia deverá ter o dobro da vontade de persistir. E garanto
que aqueles que se entregam e vencem suas limitações desfrutam de bem-estar e
alcançam benefícios que sem a pratica não atingiriam.
A pessoa que recebe a notícia de uma doença agressiva, seja
ela qual for, tem tendência a se sentir para baixo, são raras as exceções, e ao
ter de largar a vida que tinha antes, trabalho, curso, buscar recursos para se
tratar, a mudança é tão drástica e rápida que você fica sem rumo, perde o chão.
Deve-se entender isso e redobrar a paciência e o respeito pelo ser humano o que
faz com que a auto estima se eleve; frisar isso para o aluno sempre. Quem deve
entender é quem passa, não se apegar a estereótipos, aceitar a si mesmo é o que
resolve. Um grande trabalho interior que pode ser ajudado pelo yoga, pela fé e
força de vontade.
Posturas que trabalhem o anahata chakra, coração, glândula
timo, são essenciais. Posturas de autoconfiança e força interior: guerreiro,
herói, peixe, ... Pranayama (técnicas de respiração) é a chave de tudo;
respiração completa, alternada, bástrica..., nos ásanas (posturas), alongamentos
da coluna, fortalecimento abdominal. Mantras e meditação para controlar a mente
e acalmar os sentimentos conturbados.
No processo de quimioterapia os pranayamas controlam os
enjoos, a inapetência e acalmam. Durante a quimio as câimbras são constantes,
importante respeitar, mas não desistir, diminuir a permanência e executar mais
vezes os ásanas é uma alternativa. Quem faz quimioterapia fica sem defesa no
organismo, e este se torna extremamente delicado. Os hormônios se alteram, as
reações ficam exacerbadas, choro compulsivo, risada fora de hora, depressão,
cansaço sem medida. Meditação equilibra as confusões mentais que se tornam
constantes. Os mantras ajudam nas dores; certa vez não dormia com dor de dente,
nevralgia, chorava e só melhorava quando andava, descobri que, ao entoar
mantras, o movimento do maxilar e a vibração na cabeça aliviavam as dores da
nevralgia. Não tive mais esse problema e dormia bem.
Não somos iguais, o processo não é igual para ninguém, porém
ter uma noção do que acontece com o corpo e com a mente de quem passa por esse
aprendizado é essencial para ajudar quem necessita.
Nessa caminhada não posso deixar de incluir o reiki, do qual
me vali ao ser iniciada para passar pela cirurgia. Em todo processo cirúrgico e
tratamento quimioterápico e radioterápico utilizei o reiki. Os efeitos foram
muito positivos o que me levou a continuar a pratica para os outros níveis de
reiki, até o mestrado. Hoje me encontro apta a espalhar luz e cura para todos
que procuram essa terapia.
Tirar o melhor que se pode de cada processo é o que devemos
fazer sempre e esses contribuíram para me beneficiar e a ajudar outros que necessitam
passar por isso.
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